Exposição destaca religião afro-amazônica em teçume tátil para deficientes visuais

Texto: Marcondes Maciel DRT-AM 871 - Foto: Divulgação 

A Universidade do Estado do Amazonas (UEA), em Parintins, se tornou galeria de arte para a exposição "TEAR - Teçume, Escrevivencia, Ancestralidade e Resistencia", iniciativa do projeto contemplado no Edital nº 04/2023 – Povo Negro da Lei Paulo Gustavo.  

Veja a matéria em vídeo aqui: https://youtu.be/D2A9mLZ-wCk?si=um00_BlRgfnDGvxI

Na exposição, realizada nos dias 8 e 9 de abril, o público pode conhecer o artesanato afro-amazônico, com telas produzidas em miçangas e texturas em fios de algodão e fibra de tucum, com personagens em miniaturas da umbanda, adaptados para o toque tátil da comunidade cega ou de baixa visão de Parintins. A propoente do projeto é a artesã Aline Ramos. 

De acordo com Aline Ramos, o projeto veio trazer para o público PCD (Pessoa com deficiência),  neste caso a comunidade cega e de baixa visão, a forma de ver uma entidade de terreiro de umbanda, já que Aline é umbandista. 

“Através das minhas telas eu quis retratar a imagem de uma entidade, de um orixá, de um povo encantado, um povo d’água. Então, eu trago para esse meu público a textura, o toque para ser mais bem visto por eles, porque a forma deles verem é com tato”, explicou a proponente Aline.  

Elenilson Ramos, pessoa com cegueira total, visitou cada stand e destacou a importância de uma mostra artística adaptada para a comunidade cega.

“Extremamente importante o projeto da proponente Aline Ramos que vem atender também a necessidade das pessoas com deficiência visual. De modo específico as pessoas com deficiência visual seguirem, uma vez que nós conseguimos tocar e entender como é que uma entidade se apresenta na cabeça dela, como médium. E além de tudo, tem a escrita em braile também. Isso é muito rico, no que se refere a acessibilidade, porque até então nenhum projeto desse tinha tido ainda em Parintins, isso é muito importante para nós, é uma conquista e eu sei que é um modelo para outros, é importante destacar isso, que outro projeto possa seguir essa linha também de atender as necessidades das pessoas com deficiência visual, de poderem ter acesso a arte parintinense que é muito rica”, afirmou Elenilson Ramos. 

No encerramento da exposição, na noite de terça-feira, 9 de abril, houve apresentação de Curimba de Mariana, ritmo característico umbandista. 

Ficha técnica 

Artista Proponente: Aline Ramos

Produção executiva: Renata Caroline Damasceno e Maria Linéia Freire.

Acessoria técnica: Írian Butel e Elenilson Ramos

Coordenador Administrativo: Maria Alcinéia / Roberlan Melo.

Direção Artística: Daniel Teixeira e Rafael Andrade.

Cenografia: Daniel Teixeira

Assistente de produção/cenografia: Milardison Ferreira/ Elias Evangelista/ Elivan Maia.

Acessor de imprensa: João Paulo Castro

Designer gráfico: Flávio Augusto Aguiar.

Social mídias: Ádria Carneiro

Fotógrafo: Heverton Andrade

Intérprete de libras: Elenice Mourão

Cerimonislista: Keyciane Tavares

Mídia expontânea: Romulo Igor

Monitores da exposição: Suziane da Cruz/ Karlem Ribeiro/ Vitória Eduarda/ Ilciele Fonseca/ Ildiene Oliveira.

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