Marcas Vivas transforma oficina de grafismo em ensaio fotográfico


A ideia de vincular a contrapartida à produção de um ensaio fotográfico partiu de Adria Albuquerque, proponente e organizadora do projeto. A motivação veio do desejo de experimentar algo novo, evitando caminhos comuns, uma marca de sua personalidade criativa e desafiadora, como destacou durante a apresentação de abertura da oficina.

A oficina foi inicialmente planejada para receber até 26 participantes, mas o número de inscritos superou as expectativas, chegando a 46 pessoas. Apesar do grande interesse, houve algumas desistências devido à dificuldade de conciliar o encontro com outros compromissos, no entanto, o número de participantes foi alcançado, finalizando com boas perspectivas e avaliações positivas. Como relata Denison Rosa, artista plástico, muralista e ilustrador. 

“Não foi somente produção de tinta e produção de grafismo, foi mais que isso, foi uma coisa muito mais profunda, espiritual. Principalmente pela forma como foi trabalhada, pelo conhecimento obtido ali. Eu fiquei muito feliz com tudo que foi ensinado, pelo que vou carregar daqui para frente para minha vida. Foi uma coisa muito especial, não estava esperando. Muita energia positiva, muito conhecimento, muita alegria por tudo que foi transmitido. Essa oficina foi fora de série”, ressalta Denison Rosa. 

Nesta semana, o projeto conclui a entrega dos certificados de participação, com destaque para a expressiva presença da comunidade indígena. A oficina foi marcada pela transmissão de saberes ancestrais por meio do grafismo em pele, conduzida por Tais Kokama, uma referência importante na cultura indígena e no cenário artístico contemporâneo. Lilian Santos, aluna de Artes Visuais da Universidade Federal do Amazonas, campus Parintins, comenta sobre a importância dos conhecimentos repassados durante o encontro.

“Esse curso é de grande relevância; eu gostaria até de parabenizar a todos que tiveram essa ideia. E falar que é um curso que tem muita necessidade de ser levado a mais pessoas, porque muita gente não tem o conhecimento. Eu, por exemplo, sempre tive muita curiosidade de saber um pouco mais sobre os grafismos e seus significados, pois não se trata apenas de uma pintura no corpo, não é só traços feitos à toa. Todos os grafismos trazem uma mensagem muito poderosa dos povos. Grafismos que vêm sendo repassados de geração a geração, que representam o seu povo. Então, para mim, foi muito gratificante estar ali, principalmente com a presença da Tais Kokama, que traz esse conhecimento da ancestralidade dela muito forte”, declara Lilian Santos.

Agora, o projeto segue para a etapa de edição das fotografias produzidas durante a oficina. A proposta é a elaboração de 10 imagens no estilo fine art. Mais informações serão divulgadas nas redes sociais de Adria Albuquerque. Vale ressaltar que o trabalho é realizado com recursos da Lei Aldir Blanc, por meio da Prefeitura de Parintins e da Secretaria Municipal de Cultura.

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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