Mãe de Vanessa Gonçalves é abordada de maneira arbitrária por Polícia Civil, em mais um episódio de abuso de autoridade em Parintins


A mãe da candidata à vice-prefeita de Parintins, Vanessa Gonçalves, Rita Carneiro, foi abordada de maneira arbitrária por policiais civis na tarde desta quinta-feira, na Avenida Amazonas em Parintins.

Rita Carneiro estava no carro de sua filha quando foi abordada por policiais em dois veículos descaracterizados.  Rita havia sacado, momentos atrás, sua conta salário, considerando ser servidora pública estadual.

Os policiais informaram que receberam denúncias de que ela teria sacado R$10 mil, o que supostamente poderia ser usado na campanha eleitoral.

Vanessa recebeu um vídeo da abordagem policial contra a sua mãe e se dirigiu imediatamente até o local. Nesse momento, a candidata à vice foi informada pelos policiais de que eles fariam a escolta de sua mãe para prestar esclarecimentos ao Delegado, ocasião em que Vanessa fez questão de dirigir o carro até o Distrito Policial.

Na delegacia, Rita foi questionada sobre suas transações bancárias recentes, mas nenhuma irregularidade foi constatada.

Policiais chegaram ao ponto de querer comprovantes das movimentações futuras da vítima, o que se demonstra algo arbitrário, segundo a advogada da mãe de Vanessa. 

Além de abrirem a bolsa da vítima, sem mandado judicial, os policiais procuravam armas dentro do carro da vereadora Vanessa Gonçalves. 

Cumpre esclarecer que o art. 244 do CPP não autoriza buscas pessoais praticadas como "rotina" ou "praxe" do policiamento ostensivo, com finalidade preventiva e motivação exploratória, mas apenas buscas pessoais com finalidade probatória e motivação correlata.

Desse modo, a busca pessoal não pode ser realizada com base unicamente em informações de fonte não identificada (e.g.
denúncias anônimas) ou intuições e impressões subjetivas, intangíveis, apoiadas, por exemplo, exclusivamente, no tirocínio (experiência) policial.

Nesse sentido, o caso em análise, escancara, salvo melhor juízo, o abuso de autoridade e a perseguição que a população está exposta, de forma especial nesse período eleitoral. 

Rita Carneiro é hipertensa e diabética e ficou extremamente abalada pela abordagem e pelo desenrolar da ocorrência. 

O caso será levado ao Ministério Público Estadual, a quem compete o controle externo das polícias, bem como já foi pedido providências à autoridades ligadas ao Governo do Estado do Amazonas.

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