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Durante cinco dias, a Cúpula busca assegurar que as juventudes amazônidas assumam papel de protagonismo na formulação de propostas e políticas públicas |
Foi aberta, em Belém, a I Cúpula de Jovens Líderes da Amazônia Legal, encontro que reúne 27 representantes dos nove estados da Amazônia Legal para discutir os principais desafios ambientais, sociais e culturais da região.
Organizado pelo Instituto Cojovem (Cooperação da Juventude Amazônida para o Desenvolvimento Sustentável), o evento segue até esta segunda-feira (6) e ocorre em um momento estratégico, às vésperas da COP 30, quando a capital paraense sediará a conferência climática mais importante do mundo.
Durante cinco dias, a Cúpula busca assegurar que as juventudes amazônidas assumam papel de protagonismo na formulação de propostas e políticas públicas. A programação prevê painéis, oficinas e plenárias que resultarão em três produtos principais: a Agenda Comum de Políticas Públicas, Projetos e Programas para as Juventudes Brasileiras; a Declaração Unificada dos Jovens Líderes da Amazônia Legal; e Policy Briefs com propostas técnicas que serão encaminhadas aos negociadores do governo brasileiro.
Juventude no centro das decisões
Para Karla Braga, diretora-executiva da Cojovem, o encontro é uma forma de inserir a juventude amazônica nos espaços de decisão. “Estamos construindo uma agenda voltada para a juventude amazônida nos eixos da transição justa, mitigação climática e cultura. Queremos fortalecer as bases para que os tomadores de decisão mudem suas formas de desenvolver a Amazônia, envolvendo os jovens que são os mais impactados pela crise climática ao longo do tempo”, destacou.
A diversidade de vozes e a força dos territórios tradicionais também foram destaques no evento. Tel Guajara, liderança indígena do Maranhão, de 25 anos, ressaltou a importância do encontro como espaço de pertencimento.
“Essa é uma oportunidade coletiva de trocar vivências e construir caminhos em conjunto. A juventude amazônica enfrenta muitas adversidades, e espaços como esse garantem não só voz e protagonismo, mas também direitos e presença em locais de onde normalmente estamos distantes”, afirmou.
Para Aldrin Barros, coordenador de Advocacy da Cojovem, o evento tem caráter histórico. “Durante uma semana de imersão, os jovens construirão diretrizes para projetos e programas voltados à juventude nos estados amazônicos. Essas diretrizes visam orientar e promover a efetividade das políticas públicas na região”, ressalta.
Caminho para a COP30
Entre os temas que seguem em debate nos próximos dias estão o financiamento de cadeias produtivas sustentáveis, o papel das tecnologias e da inovação, além da integração entre justiça climática e justiça social.
Ao final de cada jornada, os participantes consolidarão as propostas discutidas em plenária, etapa decisiva para a redação final dos documentos que serão entregues a autoridades nacionais e internacionais.
A expectativa é que os documentos elaborados durante a Cúpula sirvam de base para o posicionamento oficial das juventudes amazônicas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em novembro.
Sobre a Cojovem
Criada em 2020, a Cojovem é uma organização da sociedade civil que tem como missão atuar pela garantia dos direitos socioambientais das juventudes amazônidas, por meio da advocacy (defesa e argumentação em favor de uma causa), pesquisa e formação para o fortalecimento de territórios resilientes e sustentáveis nas Amazônias. Nos últimos três anos, a Cojovem teve atuação influente nas negociações internacionais das Nações Unidas para que a política climática internacional avance de mãos dadas com o fortalecimento de direitos de crianças e juventudes.
A Cojovem marcou presença nas três últimas COPs do clima: no Egito, nos Emirados Árabes e no Azerbaijão. Também participou da Conferência de Bonn, na Alemanha, da COP sobre Biodiversidade (COP), na Colômbia, e da Conferência Climática Regional de Juventudes Latino-americanas, em 2024, em Belém.
Em junho de 2024, como evento pré-COP30, a Cojovem promoveu, na capital paraense, a Cúpula de Jovens Líderes do Pará. O encontro reuniu delegações internacionais e jovens brasileiros para discutir o combate à fome, as mudanças climáticas e a reforma da governança global.
Conheça as lideranças:
1 – Marcos Melo (31)
Estrategista de comunicação e mobilização social, gerente de campanhas na All Out e
cofundador da Actum Brazil. Acreano, é bacharel em Direito e pós-graduado em
Relações Internacionais.
2 – Hellen Lirtêz (25)
Jornalista acreana, ativista afro-indígena e pesquisadora de racismo ambiental.
Colabora com a Amazônia Real e venceu o Troféu Tim Lopes – Revelação do Ano
(2024).
3 – Felipe Storch (31)
Mestre em Gestão Ambiental pela Yale, atuou como bolsista do G20 no MMA e é
membro do Painel Consultivo Jovem do Painel Científico para a Amazônia.
4 – Quéren Hapuque (20)
Presidente do Girl Up Amazônidas e ativista pela educação e juventude. Já foi Jovem
Senadora e medalhista de ouro na Olimpíada do Bicentenário.
5 – Paixão Irlan (30)
Comunicadora, artista multilinguagens e transativista, atua em pautas ambientais e
climáticas unindo arte e mobilização social.
6 – Victoria Quadros (28)
Internacionalista do Amapá, com mais de 10 anos em impacto social. Atuou pela TETO
na construção de moradias emergenciais e hoje trabalha no fortalecimento de
organizações sociais.
7 – Jarê Aikyry (26)
Biólogo e diretor executivo do Engajamundo. Coordena o coletivo indígena LGBTQIA+
Miriã Mahsã e pesquisa raça, gênero e clima.
8 – Raquel Karina (32)
Licenciada em Letras, é conselheira de juventude no CEPIR-AM, cofundadora do
Coletivo Ponta de Lança e organizadora do Festival Afro-ameríndio.
9 – Ruan Bentes (18)
Estudante de Economia e ativista pela educação, juventude e clima. Porta-voz da
Juventude em Rede Amazonas e diretor de Meio Ambiente da UNE.
10 – Kelly Araújo (32)
Quilombola do Maranhão, mestra em História e educadora popular. Integra a revista
África e Africanidades e atua na gestão pública para territórios tradicionais.
11 – Tel Guajajara (25)
Indígena Guajajara, estudante de Direito na UFPA e membro da OCLAE.
12 – Ana Luiza Luz (20)
Quilombola do Maranhão, estudante de Relações Internacionais (UEMA). Foi
presidente do Parlamento Jovem Brasileiro e bolsista em programas internacionais
como Yale YGS e Sciences Po.
13 – Maura Palocio (26)
Cientista e ativista socioambiental pantaneira. Coordena a Rede de Jovens da Reserva
da Biosfera do Pantanal e representa o bioma na COP30.
14 – Vinicius Matheus (21)
Ativista socioambiental e cofundador do Coletivo CapiClima. Delegado LALA para
COP30 e mobilizador regional do MEC na Conferência Infantojuvenil pelo Meio
Ambiente.
15 – Pedro Dias (25)
Advogado, especialista em Filosofia, Direitos Humanos e Direito Ambiental. Diretor de
Gabinete no Ministério da Saúde em Mato Grosso.
16 – Wendelo Silva (30)
Engenheiro Florestal e doutor em Botânica. Coordenador socioambiental do ICMBio em
Carajás, atua em pesquisa e gestão para conservação da Amazônia.
17 – Melissa Gabriela (27)
Multiartivista paraense, cantora, produtora cultural e transativista. Integra o Coletivo
Cultural Marocá e pesquisa ancestralidade e encantaria na Amazônia.
18 – Samara Borari (23)
Indígena Borari, comunicadora e estudante de Biologia. Ativista pela justiça
socioambiental e valorização das culturas amazônicas.
19 – Renzo Mascote (26)
Filósofo, pesquisador e Jovem Embaixador do Clima pela Climate Reality. Presidente
da Juventude Socialista de Ananindeua.
20 – Bianca Galvão (25)
Advogada e mestranda em Filosofia (UNIR). Vice-diretora do C-PARTES, pesquisa
tecnologia, gênero e segurança pública.
21 – Wilians Santana (27)
Agricultor familiar em transição agroecológica, sindicalista e ativista LGBTQIAPN+ do
campo, florestas e águas.
22 – Oyniin Suruí (22)
Jovem comunicador indígena e ativista pela causa indígena e ambiental.
23 – Uédem Lima (22)
Indígena Macuxi de Roraima, fundador do projeto Macuxi em Movimento. Estudante de
Enfermagem e Pedagogia, atua em coletivos climáticos e no Mapa Educação.
24 – Reginaldo Cruz (33)
Liderança indígena que defende a sabedoria ancestral como chave para enfrentar a
crise climática.
25 – Yano Rodrigues (24)
Presidente do Conselho Estadual de Juventude de Roraima, gestor público e ativista
climático no coletivo Jucia.
26 – Vitor Rodrigues (25)
Jornalista e comunicador do Tocantins, atua em movimentos estudantis e políticos.
Pesquisa comunicação, educação e representatividade.
27 – Lara Thifanny (23)
Jovem agricultora familiar de Augustinópolis (TO), atua na preservação da
biodiversidade e de seu povo.
28 – Dyha (24)
Jovem indígena Karajá, liderança em formação com atuação em defesa do meio
ambiente.
Serviço:
I Cúpula de Jovens Líderes da Amazônia.
Data: 2 a 6 de outubro
Local: Hotel Beira Rio, avenida Bernardo Sayão, bairro do Guamá, Belém.
Horário: 9 às 18 horas.
Link da programação:
https://www.canva.com/design/DAGzVC1J4VA/JkGVGKA1BTOlIs7r5qpzZQ/edit
Site: https://www.Cojovem.com.br/
Instagram: @Cojovem.br
Tags:
Geral