Projeto cria ponte tecnológica entre a biodiversidade brasileira e indústrias europeias de extração vegetal

Iniciativa conecta mais de 800 produtores da Amazônia e Mata Atlântica a mercados de alta tecnologia na Europa


Guaraná, cumaru e copaíba de Urucará, no interior do Amazonas; erva-mate e o ginseng brasileiro de Turvo, no Paraná. Estas são matérias-primas extraídas por mais de 800 produtores rurais de diversos municípios da Amazônia e da Mata Atlântica. Esses produtos atravessam o Atlântico para abastecer indústrias na França, Bélgica, Portugal e Alemanha.

​A empresa brasileira Nat’Orgânico é a responsável pela exportação desses produtos, que passam por um processo tecnológico de ponta nas indústrias europeias: a extração supercrítica com CO₂. Essa técnica, que não gera resíduos nocivos ao meio ambiente, isola componentes bioativos dos vegetais, destinados às indústrias nutracêutica e agroalimentar.

​Com o apoio da DEG Impulse, instituição alemã de desenvolvimento, a iniciativa de cooperação alemã-brasileira vem impulsionando economicamente a vida de famílias no Amazonas e no Paraná. O projeto estabeleceu parcerias com a Cooperativa Agrofrut de Urucará, a Associação dos Produtores Ecológicos do Centro-Sul do Paraná e a Sabor do Mate, que já conta com diversos multiplicadores.

​A Nat’Orgânico e a DEG Impulse cooperam no âmbito do programa de financiamento develoPPP, que a DEG Impulse implementa em nome do Ministério Federal da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ).

Investimento em infraestrutura local

​Os investimentos da empresa, sediada em Fortaleza, Ceará, resultaram no fortalecimento de parceiros na Amazônia e no Paraná, com a implantação de agroindústrias de beneficiamento e padronização dos produtos vegetais para exportação. ​

Em parceria com a empresa Urupolpas, o projeto fundou uma fábrica e bases de apoio em Urucará, no interior do Amazonas. Já em Turvo (PR), a Associação Sabor do Mate conta com instalações modernas para o beneficiamento dos produtos. "O mercado de extratos naturais vegetais está dinâmico e continua aberto a inovações", afirma Ana Maria Gomes da Mata, diretora da Nat’Orgânico.

​Segundo Rémi Denecheau, coordenador-geral do projeto e diretor da empresa Orgânica Consultoria, em Fortaleza, a iniciativa melhorou a qualidade de vida de mais de 800 produtores, com impacto superior a 20% nos recursos financeiros, além de promover a conservação da floresta e capacitações.

​O projeto pioneiro contribui para a valorização da biodiversidade brasileira e criou um modelo inovador de economia circular sustentável, conectando comunidades tradicionais a mercados de alta tecnologia na Europa.

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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