Projeto ‘A Mulher e o Saber Ancestral’ valoriza saberes e fortalece geração de renda de mulheres no Loteamento Teixeirão, em Parintins


Parintins - Com o objetivo de resgatar conhecimentos tradicionais e promover a geração de renda, o projeto “A Mulher e o Saber Ancestral”, contemplado pelo Edital da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2025, vem mobilizando mulheres de diferentes idades no Loteamento do Teixeirão, em Parintins (distante a 369 quilômetros de Manaus). A iniciativa é coordenada pela Mestra do Saber Popular, Carmem Ruth, e busca unir tradição, artesanato e sustentabilidade.


A proposta consiste em oficinas de formação voltadas  à economia criativa, utilizando a técnica de impressão botânica, o ecoprint, que emprega folhas, flores e plantas medicinais para produzir estampas únicas em peças artesanais. 

As criações representam o cotidiano de mulheres do terreiro de umbanda, carregando memórias e saberes ancestrais transmitidos entre gerações.

A primeira atividade, a oficina “Jardim Ancestral”, aconteceu no dia 26 de julho, no Terreiro de Umbanda Ogum Beira-Mar e Cabocla Mariana. Ministrada pela engenheira florestal e professora mestre em Ciências Florestais e Ambientais da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Fabíola Viana de Almeida, reuniu 15 participantes. Na ocasião, foram cultivadas mudas de espécies medicinais como pimenta malagueta, trevo roxo, crajiru, algodão roxo e embaúba, em um momento de troca de saberes sobre o cuidado e a importância cultural dessas plantas.

Já a segunda oficina ocorreu no dia 24 de agosto, também no Terreiro de Umbanda, e foi conduzida pela professora mestre em Ciências Naturais, Michele Marques. Ao todo, 20 pessoas, entre mulheres, jovens e integrantes da comunidade LGBTQIAPN+ – confeccionaram 30 peças artesanais com estamparia botânica, utilizando as plantas cultivadas na primeira oficina.

De acordo com a produtora executiva e autora do projeto técnico, Renata Caroline, a iniciativa tem caráter social e cultural, buscando dar oportunidade a mulheres em situação de desemprego no bairro Teixeirão e adjacências.

“A ideia é fortalecer a economia criativa e o consumo consciente, além de combater preconceitos contra as religiões de matriz africana, mostrando à sociedade a riqueza de sua contribuição cultural”, destacou.

O projeto terá como culminância a exposição “A Mulher e o Saber Ancestral”, marcada para o dia 13 de setembro de 2025, no Terreiro de Umbanda Ogum Beira-Mar e Cabocla Mariana. No evento, o público poderá conhecer as peças produzidas durante as oficinas e compreender como os saberes tradicionais podem se transformar em oportunidade de renda, inclusão e valorização da ancestralidade.

Mais do que uma ação cultural, segundo Renata Caroline, a iniciativa propõe caminhos para o fortalecimento da identidade, da liberdade e do respeito às tradições afro-brasileiras, unindo espiritualidade, arte e desenvolvimento comunitário.

O projeto é realizado com o apoio do Governo do Estado do Amazonas, do Conselho Estadual de Cultura, da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, além do Governo Federal.

Foto: Gustavo Moreno

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DRA. CRISTIANE BRELAZ


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